O estilo industrial na arquitetura é uma tendência que tem conquistado cada vez mais adeptos. Esse estilo se caracteriza por utilizar materiais brutos, expor elementos estruturais e enfatizar a função dos espaços. A estética nasceu a partir do surgimento em grande escala de fábricas em indústrias, principalmente no final do século XVIII. O estilo industrial é resultado das transformações estabelecidas pela Revolução Industrial.

Com o passar do tempo, a estética ultrapassou as barreiras da indústria e foi adotada em outros tipos de edifícios. Desde lofts e galerias de arte, até restaurantes, bares e hotéis. A atmosfera descontraída e a aparência inacabada se tornaram um diferencial para muitas pessoas. Muitos enxergam nesse estilo uma forma de se destacar e se conectar com a história da arquitetura.

Neste artigo vamos nos aprofundar no estilo industrial, explorando sua definição, surgimento e principais características. Citaremos também o impacto da tecnologia nesse estilo e apresentaremos um exemplo perfeito de estilo industrial aplicado em um projeto residencial. Venha conosco em uma jornada de descoberta através do estilo industrial na arquitetura.

Vamos lá!

O que é o estilo industrial?
Como surgiu o estilo industrial na arquitetura?
Principais características do estilo industrial
Exemplo do estilo industrial na arquitetura

O que é o estilo industrial?

O estilo industrial na arquitetura é um tipo de design que se originou da transformação de edifícios industriais em espaços habitáveis. Caracterizado pela presença de materiais brutos e elementos estruturais expostos, o estilo industrial tem um apelo rústico e robusto. Os elementos comuns do estilo industrial incluem tijolos aparentes, tubulações expostas, concreto e metal, combinados com móveis e decoração minimalista funcional. Vem sendo amplamente adotado em espaços comerciais e residenciais. É moderno e uma ótima escolha para quem procura por uma estética despojada e dinâmica.

Como surgiu o estilo industrial na arquitetura?

O estilo industrial na arquitetura teve origem entre o final do século XVIII e início do século XIX. Com o surgimento da Revolução Industrial na Inglaterra, as primeiras fábricas começaram a ser construídas, com produção em massa e movidas a vapor. Os edifícios, consequentemente, passaram a demandar projetos específicos, para que as atividades ocorressem de forma segura e dinâmica.

Inicialmente as construções eram bastante simples: estruturas de aço e concreto deixadas expostas e paredes de tijolos à vista. Os desenhos arquitetônicos também contavam com grandes janelas para uma ventilação aprimorada e entrada de luz natural. A estética das construções industriais era voltada para o funcionamento e a segurança dos trabalhadores. O objetivo era criar espaços amplos e flexíveis para a produção.

Com o passar dos anos, muitos edifícios industriais foram abandonados e deixados em ruínas. A escassez do espaço urbano conduziu os arquitetos a buscarem maneiras de reaproveitar esses espaços, promovendo novos campos habitacionais e comerciais. O estilo industrial surge como uma resposta para a necessidade de moradias e novos espaços habitáveis. Nesse processo, ao invés de esconder a estrutura industrial, os arquitetos abraçaram suas características rústicas e criaram novos elementos arquitetônicos.

O estilo industrial se tornou popular não apenas na Inglaterra, mas também nos Estados Unidos e em diversas partes do mundo. Em Nova York, por exemplo, muitas fábricas foram desativadas e suas construções abandonadas após a crise financeira de 1929. Com a abordagem industrial na arquitetura, esses espaços puderam ser convertidos em residências e novos comércios. Preservando sua estética de interiores, o uso de materiais reciclados e reutilizados se tornou uma das grandes marcas do estilo industrial.

Hoje o design industrial é muito apreciado em todos os campos da arquitetura e abraça diversos tipos de projetos. Suas características marcantes podem ser encontradas desde lofts e apartamentos até restaurantes e escritórios. A exposição das estruturas e a utilização de materiais rústicos conferem ao estilo um visual singular, moderno e despojado para os ambientes.

Principais características do estilo industrial

O estilo arquitetônico industrial é conhecido por apresentar uma estética similar às fábricas e indústrias. Tem características brutas, trabalha elementos rústicos e expõe as estruturas das edificações como parte do design de interiores. Abaixo elencamos as principais características desse estilo e como aplicá-lo e identificá-lo com mais facilidade:

Materiais brutos

Uma das características mais marcantes do estilo industrial é a utilização de materiais brutos. Sendo um dos elementos mais emblemáticos de sua composição, o estilo industrial oferece sensação de rusticidade e autenticidade aos ambientes. Os materiais mais comuns nesse estilo são o concreto, o aço e o tijolo aparente. A frequência desses materiais é explicada por sua durabilidade, resistência e pela facilidade de manutenção.

O concreto é um material amplamente utilizado na construção civil desde o século XIX. Seu uso no estilo industrial se dá pela facilidade de aplicação e pela resistência. O aço também é um material bastante utilizado, sendo responsável por dar suporte à estrutura e permitir a criação de espaços mais amplos. Um dos sistemas construtivos mais favoráveis para esse estilo é o steel frame, que adota perfis de aço galvanizado para estruturar as edificações.

Já o tijolo aparente é utilizado tanto para revestir paredes quanto para a construção de muros e estruturas. São considerados esteticamente atraentes e garantem ao espaço um visual rústico, familiar e acolhedor. Outros tantos elementos podem ser encontrados na estética industrial, usados para complementar os projetos. Madeira, vidro, ferro e couro são alguns exemplos.

A utilização de materiais brutos no estilo industrial garante uma atmosfera mais autêntica, rústica e transmite sensação de força e solidez. É uma característica fundamental para esse estilo e traz as principais referências estéticas das fábricas e indústrias. Os materiais são escolhidos por sua durabilidade, resistência e fácil manutenção. São visualmente atraentes e reforçam uma decoração rústica e contemporânea.

Estrutura exposta

Além da presença de materiais brutos, outra grande característica do estilo industrial é celebrar as estruturas expostas como elementos arquitetônicos. Vigas, pilares e tubulações são deixados à mostra para criar uma estética rústica e despojada aos espaços. Esse aspecto provém das fábricas do século XVIII, que contavam com construções mais simples, resistentes e capazes de atender às máquinas e equipamentos.

Desse modo, as estruturas eram construídas com materiais reforçados e deixadas expostas para facilitar a manutenção e reparos. Além disso, a exposição das estruturas também permitia que a ventilação e iluminação natural fossem otimizadas. Essa solução era necessária na época porque não havia as tecnologias de ar-condicionado e iluminação artificial, por exemplo. Tudo era pensado para garantir uma boa utilização dos espaços e uma produção mais vantajosa.

As estruturas expostas foram gradativamente sendo incorporadas ao design de interiores e exteriores. A utilização das tubulações de água, ar-condicionado e sistemas elétricos aparentes passaram a fazer parte dessa estética. Além disso, elas também possibilitam maior versatilidade na decoração, tornando os ambientes mais amplos e integrados. Muitas vezes as paredes são removidas ou substituídas por divisórias de vidro.

Para quem deseja incorporar o estilo industrial em sua casa ou ambiente de trabalho, vale a pena investir nas estruturas expostas. São uma opção acessível que caracteriza esse estilo. A composição de materiais brutos com mobiliário minimalista também pode reafirmar a coesão e personalidade do ambiente.

Conceito aberto

A adoção de estruturas expostas em um projeto arquitetônico pode contribuir para transformar os ambientes em espaços mais amplos e integrados. Elas buscam promover a ausência de divisórias ou paredes e unificar os cômodos. Na arquitetura, chamamos essa integração de conceito aberto, aspecto também importante na formulação do estilo industrial. É comum encontrarmos em fábricas e galpões o conceito sendo amplamente aplicado.

O conceito aberto surgiu a partir da necessidade das fábricas de terem espaços mais amplos e sem obstáculos para o fluxo de produção. O objetivo era tornar o cotidiano dos trabalhadores mais eficiente, garantindo maior mobilidade e grandes áreas de circulação. Para reforçar a sensação de amplitudes, grandes aberturas e janelas também são muito comuns nesse tipo de ambiente. Elas ajudam na entrada de luz natural e otimizam a ventilação interna, melhorando as condições de trabalho.

Com o passar do tempo, o conceito aberto deixou de ser apenas uma solução funcional para se tornar um elemento estético. Ele é muito valorizado no design contemporâneo que busca cada vez mais integrar os espaços e torná-los mais fluidos. No estilo industrial, é comum que sala de estar, jantar e cozinha sejam incorporadas em um só ambiente. As divisórias podem ser substituídas por elementos como cortinas, biombos ou estantes vazadas que não interrompam seu fluxo.

E o conceito aberto não se limita apenas a espaços amplos. Ele pode ser adaptado para ambientes menores e assegurar projetos mais confortáveis, como apartamentos e lojas. No design de interiores, é possível definir os nichos de cada cômodo através de móveis e elementos decorativos. A distribuição inteligente do layout pode oferecer um espaço bem dividido sem perder a integração oferecida pelo conceito aberto.

Essa é uma tendência forte no mundo da arquitetura e do design. Sua presença no estilo industrial é um dos elementos mais característicos que marcam essa abordagem arquitetônica. Ao adotar o conceito aberto, é possível criar ambientes modernos, amplos e convidativos, que valorizam a integração e a liberdade de movimento.

Iluminação

O estilo industrial é conhecido por suas características rústicas e detalhes minimalistas. Para que sua composição seja harmoniosa e coesa, outro elemento essencial é a iluminação. Nas fábricas e galpões, encontramos a iluminação artificial focada no funcionamento das operações em locais fechados. Geralmente forte e direta, buscava-se iluminar áreas específicas para auxiliar nas atividades dos trabalhadores.

Luminárias suspensas no teto ou fixadas nas paredes são dois grandes exemplos encontrados na indústria e abraçados pela arquitetura. De design simples e funcional, trazem acabamentos metálicos com objetivo de reforçar a estética industrial. Além disso, as lâmpadas são frequentemente deixadas expostas, conferindo um visual ainda mais rústico ao ambiente. A iluminação pode muitas vezes apresentar fios expostos e filamento aparente, o que agrega em autenticidade.

Outras opções de iluminação utilizadas no estilo industrial são as lâmpadas em LED ou halógenas. O design minimalista combina com a estética apresentada e cria ambientes mais confortáveis. Luminárias de chão e arandelas de parede podem ser alternativas no desenvolvimento de espaços intimistas e aconchegantes. As luminárias podem apresentar desenho industrial que complementam os materiais brutos e as formas simples do projeto.

É importante ressaltar que a iluminação artificial no estilo industrial deve ser pensada de forma estratégica. Ela deve não só valorizar os elementos arquitetônicos como considerar as demandas e funções de cada ambiente. Com a escolha correta das luminárias e os pontos de iluminação, é possível criar um ambiente industrial autêntico e aconchegante.

Paleta de cores

O estilo industrial na arquitetura é marcado principalmente pela composição de materiais brutos e elementos modernos e minimalistas. Essa composição ganha mais personalidade e sofisticação com o uso de cores neutras e sóbrias. As paletas mais comuns no estilo industrial incluem tons de cinza, preto, branco e marrom. Cores mais vibrantes, como vermelho e amarelo, podem ser aplicadas em pontos de destaque em ambientes de predominância neutra.

Além disso, é comum encontrarmos o uso da madeira em peças do mobiliário, como mesas e cadeiras. Os tons amadeirados trazem um toque de aconchego e conforto aos ambientes. Podem ser usados para contrastar outras cores e materiais da casa. A distribuição dos tons e materiais podem incluir desde pisos e paredes até objetos de decoração, como quadros e luminárias.

As combinações entre os elementos são inúmeras. Caso procure criar um espaço mais sofisticado e elegante, investir em tons neutros e sóbrios no estilo industrial é a melhor opção. Outra combinação muito comum é utilizar paredes de tijolos aparentes, aço e concreto combinados com elementos de decoração cinza ou preto. A madeira pode ser aplicada como ponto de contraste, trazendo o subtom quente aos ambientes sem fugir do estilo.

Exemplo do estilo industrial na arquitetura

A arquitetura industrial é um estilo arquitetônico que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial. É um estilo caracterizado pelo uso de materiais como ferro, aço e vidro e valoriza a função e simplicidade das formas. Uma das diversas aplicações do estilo industrial na arquitetura é no campo residencial. A combinação cria espaços modernos, despojados e sofisticados.

Abaixo apresentamos um exemplo de arquitetura residencial que adotou o estilo industrial em seu planejamento. O Projeto Munique da ArchShop é uma planta de casa térrea com 3 quartos e área gourmet. Seu design de interiores adotou referências industriais e rústicas.

O Projeto Munique é uma planta de casa térrea com 3 quartos e conceito aberto. Seu planejamento é um excelente exemplo de como o estilo industrial pode ser aplicado em projetos residenciais. A casa é composta por 215.89m² de área construída em 13x40 de terreno. Divide-se em 3 quartos sendo 1 suíte, 3 banheiros, 2 garagens cobertas, escritório e área gourmet.

O projeto utiliza elementos característicos da arquitetura industrial para compor o design de interiores. Tem ampla abertura na fachada e seu desenho prioriza formas simples, modernas e funcionais. Os tons escolhidos são neutros e sóbrios e trabalha com iluminação em LED para gerar volumetria. As luminárias pendentes e de chão também são destaque no design de interiores, fazendo referência ao estilo industrial e agregando uma atmosfera intimista.

A área social da casa é composta por sala de estar, jantar e cozinha integradas. Oferece um layout único dos cômodos e garante a autenticidade da planta. Aborda mobiliário em madeira que ganha contraste entre os tons neutros do projeto. O escritório é um dos pontos altos da casa, planejado com decoração moderna e fechamento em vidro.

Os quartos são espaçosos e valorizam a entrada de luz natural. Apresenta elementos industriais na decoração e na composição de sua atmosfera. O banheiro privativo da suíte principalmente, seguindo uma linguagem estética industrial única e sofisticada.

O estilo industrial na arquitetura é um movimento que se destaca pela sua estética única e atemporal. Seu design tem conquistado cada vez mais adeptos ao redor do mundo, com características modernas e abordagens marcantes. O estilo industrial é uma opção interessante para quem busca projetos com aparência despojada e elegante.

A história do estilo industrial remete às transformações da Revolução Industrial, que trouxeram mudanças significativas para a arquitetura. Desde então o estilo industrial tem sido reinterpretado e adaptado a diferentes contextos. Ele mantém sempre suas principais características e inspira arquitetos e designers ao redor do mundo.

Esperamos que este artigo tenha sido útil para entender um pouco mais sobre o estilo industrial na arquitetura, sua história e características. Se você busca por um estilo funcional e de estética "imperfeita" porém sofisticada, o design industrial é uma excelente opção.